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Como internar um dependente químico contra a sua vontade

04/07/2024

Como internar um dependente químico contra a sua vontade
 
 

Como internar um dependente químico contra a sua vontade 

Intervir na vida de um dependente químico, especialmente quando ele se recusa a buscar tratamento, é uma questão complexa e delicada. Internar uma pessoa contra a sua vontade envolve questões éticas, legais e de saúde que devem ser consideradas com muita seriedade. Aqui estão alguns pontos importantes a serem compreendidos sobre o processo de internação involuntária de um dependente químico: 

 

Entendendo a Internação Involuntária 

A internação involuntária refere-se ao processo de admitir uma pessoa em uma instituição de saúde mental ou de reabilitação contra a sua vontade, com o objetivo de proteger sua própria saúde e segurança, bem como a segurança de outros ao seu redor. No contexto de dependência química, a internação involuntária é considerada em situações em que o dependente não reconhece a gravidade do seu problema ou se recusa a aceitar tratamento, mesmo em face de riscos significativos para sua saúde física e mental. 

 

Requisitos Legais para Internação Involuntária 

No Brasil, a internação involuntária de pessoas com dependência química é regulada pela Lei nº 10.216/2001, conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica. Segundo essa lei, a internação involuntária só pode ser realizada em instituições de saúde autorizadas e após avaliação médica. Além disso, é necessário que se cumpram os seguintes requisitos: 

  1. Avaliação Médica: Um médico psiquiatra deve avaliar o paciente para determinar a necessidade de internação involuntária, atestando que a pessoa não possui capacidade de decisão no momento. 

  1. Pedido Escrito: Um familiar ou responsável legal deve apresentar um pedido escrito de internação involuntária, indicando os motivos e justificativas para a medida. 

  1. Prazo Limitado: A internação involuntária tem um prazo máximo de 90 dias, período durante o qual o tratamento deve ser reavaliado periodicamente para garantir que seja apropriado e necessário. 

 

Passos para Internação Involuntária 

1. Avaliação Médica 

O primeiro passo para internar um dependente químico contra a sua vontade é buscar a avaliação de um médico psiquiatra. Este profissional irá avaliar o estado de saúde física e mental do paciente, diagnosticar a dependência química e determinar se a internação involuntária é necessária para proteger a saúde do paciente ou de terceiros. 

2. Preparação do Pedido de Internação 

Após a avaliação médica, um familiar ou responsável legal do dependente químico deve preparar um pedido escrito de internação involuntária. Este pedido deve incluir: 

  • Identificação do Paciente: Nome completo, idade, endereço e outros dados pessoais. 

  • Justificativa: Descrição detalhada dos comportamentos ou condições que indicam a necessidade de internação involuntária, incluindo riscos à saúde do paciente ou de outras pessoas. 

  • Documentação Médica: Incluir relatórios médicos, avaliações psiquiátricas e outros documentos que sustentem a necessidade de internação involuntária. 

3. Procedimento Legal 

Após a preparação do pedido, ele deve ser apresentado à instituição de saúde mental autorizada mais próxima, juntamente com os documentos médicos pertinentes. É fundamental seguir os procedimentos legais estabelecidos pela legislação brasileira para garantir que a internação involuntária seja feita de maneira adequada e legal. 

4. Início da Internação 

Se o pedido de internação involuntária for aceito pela instituição de saúde mental após revisão e aprovação pelos profissionais responsáveis, o paciente será internado para receber tratamento adequado. Durante o período de internação, o paciente deve ser continuamente monitorado e receber assistência médica, psicológica e social para ajudá-lo na recuperação da dependência química. 

 

Considerações Éticas e Cuidados Pós-Internação 

É importante reconhecer que a internação involuntária de um dependente químico é uma medida extrema e deve ser considerada apenas quando todas as outras opções foram esgotadas e há riscos significativos para a saúde e segurança do paciente e de outros. Além disso, é essencial garantir que o tratamento seja realizado com respeito aos direitos humanos do paciente, protegendo sua dignidade e integridade pessoal. 

Após a internação involuntária, é fundamental fornecer suporte contínuo ao paciente e à família, incluindo acesso a serviços de reabilitação, terapia e apoio social para facilitar a reintegração do paciente na comunidade e prevenir recaídas. 

 

Conheça os 3 Tipos de Internação: 

1. Internação Voluntária: Na internação voluntária, o paciente concorda em se submeter ao tratamento em uma clínica de reabilitação. Essa é geralmente a forma mais eficaz de tratamento, pois o paciente está motivado e comprometido com sua recuperação. Durante a internação voluntária, o paciente recebe cuidados médicos, terapia individual e em grupo, e outras formas de suporte para ajudá-lo a superar a dependência de crack. 

2. Internação Involuntária: A internação involuntária ocorre quando um indivíduo é internado em uma clínica de reabilitação sem o seu consentimento. Isso geralmente acontece quando a pessoa representa um risco imediato para si mesma ou para os outros devido ao uso de drogas. Embora possa parecer controverso, a internação involuntária pode ser necessária em casos graves nos quais o paciente não reconhece a gravidade de sua dependência. 

3. Internação Compulsória: A internação compulsória é semelhante à internação involuntária, mas é geralmente ordenada pelo sistema legal. Isso pode acontecer quando um indivíduo comete um crime relacionado ao uso de drogas ou representa um perigo significativo para a sociedade. A internação compulsória tem como objetivo proteger a pessoa e a comunidade, fornecendo tratamento obrigatório para sua dependência. 

 

Auxílio-Doença para Dependentes Químicos: 

No Brasil, o auxílio-doença é um benefício previdenciário pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aos trabalhadores que ficam temporariamente incapacitados para o trabalho devido a doença ou acidente. Isso inclui casos de dependência química, desde que comprovada a incapacidade laboral. 

Para obter o auxílio-doença por dependência química, o paciente precisa passar por uma avaliação médica do INSS, que determinará se ele está realmente incapacitado para o trabalho devido ao uso de drogas. Além disso, é necessário apresentar documentos médicos que comprovem o diagnóstico e a necessidade do benefício. 

O auxílio-doença para dependentes químicos é uma importante forma de apoio durante o processo de recuperação, garantindo que o paciente tenha acesso a tratamento médico adequado e possa se concentrar em sua reabilitação sem se preocupar com questões financeiras. No entanto, é importante ressaltar que o benefício é temporário e está sujeito a revisões periódicas para verificar a evolução do quadro clínico do paciente. 

 

Benefícios da Internação: 

A internação oferece uma série de benefícios para os dependentes químicos que buscam superar o vício e reconstruir suas vidas: 

  • Ambiente Estruturado e Livre de Drogas: Durante o período de internação, os pacientes são afastados de ambientes propícios ao uso de drogas, proporcionando uma oportunidade para a desintoxicação e a recuperação física e psicológica. 

  • Suporte Médico e Psicológico Especializado: As clínicas de reabilitação oferecem uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, incluindo médicos, psicólogos, terapeutas e enfermeiros, que fornecem cuidados personalizados e apoio emocional durante todo o processo de tratamento. 

  • Programas de Reabilitação Personalizados: Os pacientes têm acesso a programas de recuperação personalizados, que abordam as causas subjacentes do vício, desenvolvem habilidades de enfrentamento e promovem a reintegração social e profissional. 

  • Redução do Risco de Recaída: A internação oferece um ambiente seguro e estruturado, onde os pacientes aprendem a lidar com gatilhos e situações de risco, reduzindo assim as chances de recaída após a alta. 

 

Conclusão 

A decisão de internar um dependente químico contra a sua vontade é complexa e deve ser tomada com cuidado, considerando todos os aspectos legais, éticos e de saúde envolvidos. A legislação brasileira estabelece diretrizes claras para a internação involuntária, visando proteger a saúde e segurança dos indivíduos afetados pela dependência química. É essencial buscar orientação profissional adequada e seguir os procedimentos legais para garantir que a internação involuntária seja realizada de maneira ética e eficaz, promovendo o bem-estar e a recuperação do paciente. 

Somos especializados no encaminhamento e tratamento de usuários de drogas. Entre em contato com a Instituição Viver sem Drogas para conversarmos mais! 

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