Por que é Tão Difícil Largar a Cocaína?
20/04/2024
Por que é Tão Difícil Largar a Cocaína?
A cocaína é uma droga poderosa que afeta o cérebro de maneiras profundas e muitas vezes devastadoras. Sua natureza altamente viciante e os efeitos intensos que produz tornam extremamente difícil para os usuários largarem o hábito. Vamos explorar algumas razões pelas quais isso acontece.
1. Efeitos no Cérebro:
A cocaína atua diretamente no sistema de recompensa do cérebro, inundando-o com dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à sensação de recompensa. Essa inundação artificial de dopamina cria uma sensação de euforia intensa, que os usuários buscam repetidamente. Com o tempo, o cérebro se adapta à presença constante da droga, reduzindo a sensibilidade à dopamina natural e exigindo doses cada vez maiores para obter os mesmos efeitos.
2. Aspectos Psicológicos:
Além dos efeitos diretos no cérebro, a dependência da cocaína também é alimentada por uma série de fatores psicológicos. Muitos usuários usam a droga como uma forma de lidar com o estresse, a ansiedade, a depressão ou outros problemas emocionais. A cocaína pode temporariamente mascarar esses problemas, levando os usuários a se tornarem dependentes dela como uma forma de escapismo. Além disso, o estilo de vida associado ao uso de cocaína, muitas vezes glamourizado pela cultura popular, pode tornar difícil para os usuários abandonarem o hábito, especialmente se estiverem cercados por outros que também usam a droga.
3. Síndrome de Abstinência:
Quando os usuários tentam parar de usar cocaína, muitas vezes experimentam uma série de sintomas de abstinência desagradáveis. Estes podem incluir fadiga extrema, depressão, ansiedade, insônia, aumento do apetite e forte desejo de consumir a droga novamente. A intensidade desses sintomas pode variar de pessoa para pessoa, mas para muitos, a perspectiva de enfrentar a síndrome de abstinência pode ser assustadora o suficiente para impedir que tentem largar a droga.
4. Ambiente e Acesso:
Outro fator importante que contribui para a dificuldade de largar a cocaína é o ambiente em que o usuário está inserido e seu acesso à droga. Para muitos, o ambiente social e as circunstâncias em que vivem facilitam o uso contínuo da droga. Além disso, a disponibilidade generalizada de cocaína em muitas comunidades torna difícil para os usuários evitarem a tentação, mesmo que estejam tentando parar.
Tipos de Internação para Dependentes de Cocaína:
Para aqueles que lutam contra a dependência de cocaína, a internação pode ser uma opção vital para ajudá-los a superar seu vício. Existem três tipos principais de internação disponíveis para dependentes de drogas:
1. Internação Voluntária:
A internação voluntária ocorre quando o indivíduo reconhece seu problema com o vício e decide buscar tratamento por conta própria. Este tipo de internação oferece ao paciente a oportunidade de receber cuidados especializados em um ambiente controlado, onde ele pode se concentrar exclusivamente em sua recuperação.
2. Internação Involuntária:
A internação involuntária ocorre quando um indivíduo é internado em uma instalação de tratamento contra sua vontade. Isso geralmente acontece quando a dependência de drogas é tão grave que o indivíduo representa um risco imediato para si mesmo ou para os outros. A internação involuntária pode ser solicitada por membros da família, amigos ou profissionais de saúde.
3. Internação Compulsória:
A internação compulsória é semelhante à internação involuntária, mas é ordenada pelo sistema legal. Isso pode acontecer quando um indivíduo comete um crime relacionado ao uso de drogas ou quando é considerado incapaz de tomar decisões por si mesmo devido à dependência. A internação compulsória é frequentemente vista como uma medida extrema e é reservada para casos graves em que outras formas de tratamento foram ineficazes.
Auxílio-Doença para Dependentes Químicos:
No Brasil, o auxílio-doença é um benefício previdenciário concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a trabalhadores que ficam temporariamente incapacitados para o trabalho devido a doença ou acidente, incluindo dependência química. Para receber o auxílio-doença, o dependente químico deve passar por avaliação médica e comprovar a incapacidade temporária para o trabalho devido ao seu vício em drogas.
O auxílio-doença para dependentes químicos não é concedido de forma automática e está sujeito a uma série de requisitos e procedimentos. Além disso, o beneficiário pode ser convocado periodicamente para reavaliação médica a fim de verificar se ainda atende aos critérios para continuar recebendo o benefício. O auxílio-doença é uma importante forma de apoio para dependentes químicos que enfrentam dificuldades para manter sua renda enquanto buscam tratamento e recuperação.
Conclusão
A dependência de cocaína é um problema complexo que envolve uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Superar o vício pode ser uma jornada longa e desafiadora, mas com o apoio adequado, incluindo tratamento especializado, apoio emocional e, em alguns casos, auxílio-doença, é possível encontrar a esperança e a recuperação.
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